No saguão do BADEP.
É uma pena que os grandes jornais do Paraná não publiquem as opiniões dos senhores J.W. Bautista, Cel. Roberto Monteiro (ex-chefe do SNI do Amazonas) e Almirante Gama e Silva sobre a entrega do subsolo nacional e o fim da indústria de capital genuinamente brasileiro.
Ao ler os seus trabalhos sobre o SIVAN, Plano Real, Petrobrás, Amazônia e privatização da Companhia Vale do Rio Doce, e sobre a globalização do comércio de bens e serviços e os mega-blocos, documentos enviados ao gabinete do Deputado Maurício Requião, e Senador Roberto Requião, onde, num deles, o Almirante Gama e Silva, para manifestar toda a sua indignação, utiliza da seguinte expressão: “Eles não querem o nosso bem, eles querem os nossos bens”..., lembrei-me então, por isto, das exposições que se realizavam nos saguões do BADEP.
Numa delas, sobre a cartografia no Paraná, havia uma seqüência de fotografias, cedidas pela Aerosul, que mostrava visões sucessivas do recorte do litoral paranaense observadas desde muitos quilômetros de altura. Numa aproximação gradativa mostrava a cidade de Paranaguá, o Porto, com detalhes, um navio e, finalmente, as inscrições legíveis de um container sobre o navio. Faltou, para demonstrar a potência e capacidade, uma foto do pulso de um marinheiro mostrando os dizeres do mostrador de seu relógio. Não é exagero, isto também é tecnicamente possível. Fiquei muito impressionado com a capacidade de resolução de uma foto tirada por satélite, no caso, o Landsat ou ERTS. Era o ano de 1981.
Antes disto e depois disto a cromo fotografia, a análise espectral, a termo fotografia, a analise radioativa, as alterações magnéticas, o acúmulo de vetores geológicos ampliaram muito os conhecimentos de investigação à distância.
Posteriormente, já interessado pelo assunto, lendo as vidas de Konstantin Tsiolkovski, Herman Oberth, Von Braun, Dornebergr, Theodore Von Karmam, considerados pais da astronáutica, percebi que o que os movia, não era apenas o desejo de voar. Eles já sabiam que no espaço existem grandes massas sólidas de minerais e gases que seriam aproveitáveis economicamente no futuro. Estas massas identificadas como planetas, satélites, asteróides, estrelas, sendo “terras” inabitadas são, se assim podemos dizer, terras de ninguém, terras que podem ser “ocupadas” e “conquistadas” para exploração de minérios e outras riquezas como fontes energéticas.
Isto mostra que desde muito os países que viveram estas realidades de pesquisas cósmicas já tinham consciência das possíveis carências minerais e energéticas para a necessária manutenção de seus “status” como nações lideres de um planeta industrializado, dominado por nações consumistas.
As pesquisas espaciais são caras, e ainda esta longe o dia em que a exploração destas riquezas cósmicas possa ser viabilizada economicamente. Por isso, aconteceu que, um dia, depois de terem desenvolvido inúmeras técnicas de investigação à distância possibilitando assim s a investigação precisa das composições minerais até o “Magma Cor” destes corpos celestes perdidos no espaço, perceberam eles, com vantagem, que podiam aplicar do espaço, com muita economia e racionalidade, estas técnicas de investigação à distância, de modo à melhor avaliar o subsolo do planeta, nos seus próprios países e principalmente no subsolo das terras que consideram “terras de ninguém”. Áreas do terceiro mundo.
Hoje as nações de primeiro mundo possuem um conhecimento especializado dos potenciais mineralógicos e energéticos que os colocam numa posição visivelmente vantajosa em relação aos países pobres. Estes últimos, que “possuem”, sem “saber”, ricos territórios, e que, devido às distâncias encontradas no domínio deste conhecimento são uns verdadeiros “ingênuos” nas suas relações comerciais, e, os primeiros, os ricos (G7), por dominarem estas informações, são mal intencionados nas suas relações internacionais. Estabelecem-se assim relações injustas, relações de exploração.
Por isto quero crer que há crime de lesa pátria por parte de nossos governantes facilitando a entrega de nosso rico subsolo. É difícil para eu crer na sua ingenuidade.
O Brasil esta a venda, senhores, por uma bagatela. Não sejamos ingênuos ou omissos. Nós não podemos deixar fugir aos nossos olhos, e alertar, e denunciar as perspectivas inescrupulosas de exploração destes países “ricos” sobre os mais pobres. Hoje o Brasil esta entre os principais alvos. Sempre foi explorado, todavia, nestes tempos modernos, já temos meios conceituais, tecnológicos, jurídicos e publicitários para impor resistência, somos uma nação.
Os grandes, como predadores insaciáveis, sugaram neste século a África, a Índia, a Venezuela e outros países, sem deixar, na verdade, nenhuma contrapartida verdadeiramente cultural, ou melhoria real no padrão de vida, ou ainda, no padrão tecnológico em relação às vantagens obtidas. Sirva-nos a lição. Estas pobres nações, no que diz respeito ao povo, sempre exploradas, continuam sendo subservientes. Enquanto povo, inconsciente de suas riquezas e de seu verdadeiro potencial econômico, continua permitindo este estado de coisas. Os fatos recentes, apenas permitem que povos sofridos conheçam, pelo contraste, a verdadeira miséria em que vivem e reconheçam, tardiamente, a traição de seus governantes.
Reação.
Wallace Requião de Mello e Silva
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