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Reforma Agraria em escala global.
via grupog23 de Grupo G23 em 03/09/08
Reforma Agrária em Escala Global.
A única “Reforma Agraria” que vejo em andamento chama-se globalização. Vou explicar. Nasci e me criei entre políticos atuantes. Menino ainda, entre 1959 e 63, lembra que via nas paredes do quarto de meus irmãos mais velhos, cartazes com ditos como esse: “Julião, reforma agraria na lei ou na marra”. Lembro das reuniões estudantis e das palavras de ordem fundadas no pensamento “revolucionário” do judeu alemão Karl Marx. Aquele, nascido em Triet, numa casa aprazível, entre seus parentes rabinos, cresceu iniciado no sionismo, e criticou o capital e a ordem econômica, enquanto gastava e se apropriava do “dinheirinho” de seu sobro o barão alemão Ludwig von Westephalen que o sustentou na sua vaidade filosófica. Pode-se ver ainda a espartana casa de Marx em Londres, no bairro Soho, mas não se pode ver o fausto da casa do Barão seu sogro, na Alemanha, pois isso deporia contra o mito dos revolucionários marxistas. Foi em Londres, na Biblioteca do museu Britânico, numa sociedade nobiliárquica e imperialista, é que Marx desenvolveu os seus trabalhos tendo por base outro judeu, David Ricardo. Contradição sobre contradição cresci observando essas coisas sem gênio ou julgamento, com mente de criança. Lembro da agitação revolucionária de esquerda, ate que em 64 veio o regime militar, que surpreendentemente se auto titulava governo revolucionário. Todos eram revolucionários então, a direita revolucionária e a esquerda revolucionária. Ambos os movimentos tinham razão ou suas razões. Difícil para um garoto entender. Foi quando o Ministro dos Transportes do Governo Revolucionário, Mário Andreazza veio propor uma nova reforma agraria. Dizia ele: “A terra sem gente, para a gente sem terra”. Propunha a colonização da Amazônia. Uma reforma agraria incomum. Não deu certo. Não porque a floresta fosse inóspita e indevassável, mas porque ali residiam outros interesses internacionais, que hoje, quarenta anos depois podemos entender melhor e provar com fatos, incluindo os interesses petroleiros da bacia Amazônica. Reforma agraria propriamente, não vi nada. Nem mesmo o Plano de Integração Nacional de Médici em 1970, realizaram uma radical mudança em favor de classes mais desfavorecidas. Mesmo os assentamentos do MST, aqueles que vêm sendo apresentados os quatro ventos, não se distanciaram um centímetro do modelo latifundiário, e da produção em alta escala, mecanizada e “inibidora” de empregos. Ora, o MST tem assentamentos geridos por um grupelho de lideranças e monocultura mecanizada (me desculpe o governador que os aprecia). Não empregam, não resolvem o problema máxime de sua luta, não criam emprego. Não dão terra, aos trabalhadores sem terra, dão terra às maquinas pertencentes às lideranças do movimento. Se você contempla, a história territorial das nações, em mapas mundi onde se ressalte a evolução geopolítica do mundo civilizado, verá que a força e a guerra tem sido o definidor das fronteiras dessas grandes fazendas chamadas territórios nacionais. Na verdade as nações são propriedade histórica, habitada por povos unificados lingüística e culturalmente. Grandes fazendas, ou grandes territórios.
Consulte o atlas histórico e escolar do MEC, e verás como num estalo o que estou tentando dizer. Verás os limites das terras do Império de Assur, depois do Império Medo-Babilônico; depois ainda, os limites do Império Persa - Ariano; e a expansão grega desde os limites da expansão dos finicios e cartagineses ate Alexandre o Grande. Sequem os limites do Império Romano ate sua divisão; evoluindo para a definição dos estados Bárbaros; o Império de Carlos Magno; o Santo Império Romano- Germânico; o Império do Oriente e a reconquista Bizantina; a Expansão do Islão; a Formação da Península Ibérica; a Europa das Cruzadas; a Hansa e os Cavaleiros Teutônicos; a França e a Inglaterra da Idade Média; a Europa dos séculos XVI e XVII; a formação da Rússia; a Europa Napoleonica; a Europa do Congresso de Viena; a formação da Unidade Alemã e a unificação da Itália; a Colonização da África, da América, da India e Austrália pelo moderno Imperialismo; a Europa e o Oriente entre as Guerras como se fez reforma agraria; a dissolução da Rússia; a manipulação do Oriente Médio; a Submissão econômica dos tigres Asiáticos, a reforma agraria no Japão pelo general MacArthur, etc.; até o novo mapa político que se formará com o Mercado Comum Europeu, o ALCA, os novos blocos econômicos. Etc., etc. Jamais algo que beneficie os pobres. A Globalização é a nova revolução capitalista apropriando-se de conceitos do comunismo marxista como o da falência da propriedade privada; o fim das fronteiras físicas nacionais; a formação de fronteiras em blocos econômicos; o controle das migrações humanas; o controle da natalidade; a criação artificial de mercados e consumo; a manipulação das massas humanas, para realizar a mais radical reforma agraria do planeta.
Então o que vejo como novidade? Vejo um grupo de detentores da mais valia universais, os grandes capitalistas, detentores de um capital sem bandeira aparente, resolvendo que não é mais possível que fronteiras e nações impeçam que eles se apropriem das riquezas nacionais, incluindo os seus mercados e os consumidores em potencial. Resolvem que não podem mais existir grandes latifúndios como o Brasil, Canadá, Índia, China ou o deserto do Saara que professes regras comerciais próprias. Que não podem mais admitir que o Irã, Iraque, Arábia Saudita e Afeganistão tenham 51% das reservas de petróleo, quando nem carros aqueles povos possuem. Ou pequenas propriedades, inviáveis sob o ponto de vista de produção, como Suíça, Bahamas e Mônaco, que vivam de depósitos alheios como paraísos fiscais ou esteios ideo-políticos. Então promovem uma reforma agraria no mapa político do mundo. Uma revolução neocapitalista, professando a absoluta fé no dinheiro e silenciosa. Querem o fim das fronteiras, o fim da soberania dos povos pobres, a submissão total dos povos, pois é preciso mostrar a essa “fazendas habitadas ou não” que os verdadeiros donos são aqueles que tem dinheiro para aplicar, no mais são peões os homens todos (o trabalho em si não tem valor, o capital sim deve ser remunerado, e muito bem remunerado) e seus lideres administradores e gerentes de recursos naturais, nada mais. Como se o capital não fosse a mais valia do trabalho de milhões de indivíduos apropriado por terceiros. Não faltam nesse sentido, elites ambiciosas, vendidas, que rapidamente se entregam e abrem as pernas, servem os ricos, e hipnotizados defendem suas propostas indecorosas. Depois eles se vão, as elites nacionais e os capitalistas internacionais, e nós, os pobres, ficamos com os problemas do dia a dia, um pouco mais agravados. Um pouco mais confusos um pouco mais empobrecidos.
Não posso deixar de copilar aqui, ainda mais uma vez, esse pequenino trecho de autoria do prestigioso autor brasileiro, de fama mundial, Osny Duarte Pereira, autor de “Perspectiva de Reforma Agraria no Brasil”, que diz: “É certo que, antes, a dominação se queria físico, ostensivo, com a bandeira do invasor tremulando nos mastros dos edifícios públicos. Hoje, evitam-se todas as exterioridades. Aceitam-se ate slogans nacionalistas nos discursos, mas o controle há que ser positivo e inflexível. Escrevem-se tratados de como dominar (as nações) um país e conclui-se que a ocupação econômica demonstra ser muito mais rendosa do que a anexação física e territorial (isso foi escrito e publicado em 1971 quando ainda eram incipientes as questões de fronteiras de Israel, e não se haviam estabelecidos os blocos econômicos) Na ocupação econômica não necessitamos assumir o ônus da prestação dos serviços públicos essenciais, como instrução, serviços sanitários, defesa militar e outros encargos inerentes à administração do país submetido. Seu domínio político é invisível ao cidadão comum e ingênuo, não obstante ser real e eficaz”.
Acho que, com o que escrevo aqui, me faço bem entender. Esta havendo uma radical mudança dos limites dos Estados Nacionais em escala global. Se o professor Plínio Correia de Oliveira dizia que é preciso defender a propriedade privada para defender o Estado, completo eu, para que todo homem possa defender o que é seu, todo homem necessita ser proprietário. Não espere o super proprietário, o latifundiário, que seus operários e peões (ver a origem dos Estados Cristãos) dêem a vida pelo que não lhes pertence, ou jamais lhes pertencerá.
Wallace Requião de Mello e Silva.
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