Maimônides.
Figura das mais controvertidas é chamada indevidamente o Aristóteles da Idade Média, na verdade faltava-lhe muito para ter a lógica aristotélica. Judeus e árabes disputam a sua origem racial e o seu prestígio, por isso a maioria dos cronistas lhe atribuem origem judeu-árabe. Vivendo ao tempo das Cruzadas, foi considerado o espírito mais versátil do século XII. Filósofo professor, escritor, juiz, astrônomo, cientista, medico e homem de estado. Vivendo na corte de Saladino, foi convidado pare ser médico na Corte de Ricardo Coração de Leão, ou seja, transitava entre cristãos, judeus e muçulmanos.
Como foi o primeiro popularizador do saber de seu tempo, erroneamente o chamam de o Aristóteles da Idade Média.
Quem procurar ler a sua vida e obra ficara em duvida se muitas das coisas atribuídas a ele, não são atribuições... Como se faz hoje com os políticos, que no futuro serão vistos como verdadeiros super-homens, assim Maimônides tinha uma história, sempre muito volumosa para uma vida tão curta.
No campo médico e no exercício da profissão ele estabeleceu dez regras para a conservação da boa saúde, que ainda têm algum fundamento e simpatia no nosso tempo, das quais cito seis:
1) Abandona sempre a mesa ainda com fome;
2) Nunca beba durante a refeição;
3) Coma parcamente no Verão;
4) Nunca te deites logo depois da comida;
5) As bebidas alcoólicas são más para os jovens e boas para os velhos;
6) Não deixe de banhar-se uma vez por semana
As outras dizem respeito ao comportamento sexual.
Outra de suas obras, que se tornou célebre foi os “Oito Degraus de Ouro da Caridade” Nela ele expõe que há uma diferença entre dar e dar. Pode-se dar com as mãos, como o pensamento e com o coração. O primeiro e mais baixo grau da caridade é dar com relutância. O segundo é dar insuficientemente. O terceiro é dar somente quando se é solicitado. E assim por diante ate chegarmos ao oitavo grau. Este o mais alto degrau, ele nos diz, pois que evitar e impedir a pobreza, para evitar a necessidade da caridade é o mais elevado grau na escada de ouro da Caridade, nos conta Henry Tomas em “Filósofos da Idade Media”.
Mas é justamente ai, é que chega a ser uma injustiça chamá-lo de Aristóteles da Idade Media, a escolástica de Santo Tomas de Aquino, vai muito além, na interpretação da Caridade Cristã.
A caridade para o cristianismo é virtude Teologal, como a fé e a esperança. Teologal, ou seja, é virtude divina. Testemunho da presença de Deus. Com a morte do homem, a esperança cessa a fé, também, porém permanece a caridade. Ou seja, a Caridade vai muito além do relacionamento “econômico” entre os homens, muito acima da justiça dos bens materiais como se deduz do pensamento de Maimônides, Jesus Cristo nos ensina claramente que a Caridade maior é o amor a Deus, o primeiro dos mandamentos, portanto a Caridade é o Amor, que sobrevive a morte individual do homem. Assim para não deixar nenhuma duvida, Jesus Cristo nos diz: Ama-me, quem cumpre os meus Mandamentos.
Não há duvida nenhuma que os mandamentos de Deus são estruturantes das relações econômicas do homem quando vividos em sua plenitude, mas a caridade não acaba, com a justiça dos bens materiais, pois para com Deus, não há maior caridade e consolo aos seus sofrimentos para redimir os homens, do que a salvação de uma alma, e uma alma para ser salvar, necessita tender e esforçar-se para o cumprimento possível, lutado, dos Mandamentos de Deus, que é, sem duvida, a manifestação objetiva do amor dos homens para com Deus. Deus que no criou, e que se fez carne em Jesus Cristo Nosso Senhor.
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