segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Avatar , a outra face da moeda.

Avatar, o outro lado da moeda.
Muita gente usa Deus, como o Avatar. O Avatar não é o corpo segundo a tradição Hindu, mas é a encarnação de um espírito superior em um corpo humano. Assim, eu conheço muita gente que lava as mãos de suas responsabilidades de decisão moral dizendo que entregou sua vida a Deus, e assim possuída, dá-lhe pecados. E dizem: se Deus permitiu... Tinha que acontecer.
Antes de entrar no mérito desse texto quero dizer que sou contra essas atitudes intempestivas do nosso governador. Todas as vezes que isso acontece, eu fico aborrecido e deprimido. Existem sempre outras soluções, e isso diz respeito a sua segurança pessoal, a sua segurança moral.
Ontem parei em um posto de gasolina e o frentista veio me provocar: Quer dizer que na hora de pedir voto é só simpatia, mas depois de eleito é só palavrão? Eu sem saber do que se tratava perguntei: O que houve? Ele então me contou: eu ouvi a reportagem, seu irmão mandou umas mulheres para aquele lugar. La em londrina, você não sabe? Respondi não.
Perguntei para ele: Você acha amigo, que essas mulheres e esse repórter votaram no Requião? Ele respondeu: Não sei. Eu então aproveitei e perguntei: você já olhou o outro lado da moeda?
Como assim?
Se entrar um policial fardado aqui neste posto para abastecer, e você vem irritado por um mau atendimento que a policia te deu semanas atrás e diz para ele: O que você quer filho da puta? O que você acha que vai acontecer?
Ele me prende, ou me da um tiro... Sei lá. Eu disse isso, porque ele é um soldado, se for um Coronel, ou o comandante geral a coisa engrossa, e você no mínimo vai responder por desacato a autoridade. Não é verdade?
Acho que sim respondeu.
O governador é o comandante em chefe da Policia Militar, você sabia? Não respondeu. Além disso, é a mais alta autoridade do executivo estadual. Então, amigo, por maior que seja o problema, o desacato, o desrespeito contra essa autoridade merece reprimenda. E continuei você prefere que essa autoridade te mande para aquele lugar, ou que chame seus seguranças, mande identificar as pessoas, meta-lhe um processo de desacato, verifique se é um funcionário público e o coloque na rua por justa causa, e ainda peça uma indenização por danos morais?
Ele não me disse nada. Ficou pensando em mais uma maneira de me agredir.
Então eu lhe contei essa história, para que compreendesse o que estava em jogo nessa questão delicada. Disse eu: quando eu era menino, no ginásio, todos os dias eu voltava para casa e passava por uma oficina de motos onde tinha um Kart à venda. Apaixonei-me de tal jeito que não podia dormir. Um dia pedi para minha mãe. Ele sempre muito doce me disse: Sabe meu filho eu também quis muito uma bicicleta, mas nunca a ganhei. Como a paixão cega, eu tomei isso como uma promessa e passei a contar com o Kart, e dizia aos amigos minha mãe vai me dar, vai ser a bicicleta que ela nunca teve. O tempo passou e nada do Kart, Eu então me revoltei. Sentia-me enganado. Já não importava minhas roupas limpas com muito carinho, nem a mesa farta, nem a minha liberdade, nem a ousadia de levar cinco ou seis meninos para almoçar, sem avisar, em nossa casa, nada disso tinha valor... O motivo de minha revolta era o Kart, os benefícios que eu tinha, e que impediam certamente a compra do Kart, nem pensar.
Já universitário, continuei:... Eu parasitei alguns movimentos estudantis. Achávamos nós os tais, só nós tínhamos razão, só nós sabíamos fazer, e enfrentávamos as autoridades sem pensar se elas tinham limites; financeiros; ideológicos; comprometimentos... Eles eram os filhos da puta, e nós a solução. Hoje vejo que muitos daqueles companheiros rebeldes dos movimentos estudantis são os filhos da puta de hoje, e seus filhos, se acham a solução... E corre a vida.
Ele parou um pouco e pensou... nada respondendo.
Eu continuei: Londrina tem recebidos recursos consideráveis na área de saneamento, na área ambiental, na área da saúde, na malha viária, e ate mesmo uma dívida considerável com o estado lhe foi perdoada para que pudesse sair da inadimplência e tomar recursos para obras de responsabilidade da prefeitura. Só quem está no comando das coisas públicas sabe que tipo de sacrifícios isso demandou. Ai, uma senhora, ou grupo delas, por um motivo qualquer, tendo a seu dispor a Ouvidoria Pública, os caminhos da Justiça, os canais de comunicação via Internet com o Governador, ou as audiências com a chefia de gabinete, sempre considerando que a cada problema levantado há uma seqüência lógica de autoridades responsáveis que devem ser acionadas antes do embate chegar à pessoa do governador.
Assim são as coisas, mesmo dentro das famílias, há o respeito a uma hierarquia. Quando uma pessoa queima essas etapas, ela revela que em casa é uma tirana, ou que esta imbuída de intenções políticas, não apenas imbuída da solução de algum problema, mas o problema, qualquer problema é a desculpa para a plataforma sobre a qual se pretende construir a resistência ou oposição. Eu pessoalmente já fiz muito disso, e acho lícito dentro de limites. Afora isso, há o bom senso, você bate o pé para um cãozinho pequeno, mas é mau senso bater o pé para um cão de guarda treinado. Tudo vai da Autoridade e de como ela é exercida, burro quem cutuca um cão feroz com vara curta. Outras vezes é feito de propósito, eu não sou a favor de atitudes intempestivas, nem por parte do “eleitor” nem por parte da autoridade, mas há que se dar um desconto a quem provocou, e a quem reagiu. O que houve, no meu entender, má comunicação, má interpretação da comunicação. A violência nada mais é do que defeito na comunicação, ou seja, desentendimento da pessoa com sigo mesma, com o outro, com a Sociedade. Desentendimento leva intempestividade. Até a briga.



Wallacereq@gmail.com

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