TERRORISMO E A LUTA POR LIBERDADE
Terrorismo é um tema antigo e atual. No dicionário Aurélio essa palavra significa entre outras coisas: forma de ação política que combate ao poder estabelecido mediante o emprego da violência.
Não se tem notícias na história que houve, em todo o planeta, alguma independência que tenha sido pacifica. Logo, pela definição acima, ocorreram mediante emprego de terrorismo.
Para combater o poder estabelecido, os portugueses, espanhóis, ingleses mataram milhares de índios na conquista da America e isso não foi considerado terrorismo.
A revolução Francesa decapitou a cabeça do rei e dos nobres e isso não foi considerado terrorismo.
A revolução russa e a chinesa, que mataram juntas mais de 80 milhões de civis, também não foram consideradas terrorismo.
O regime de Mao Tse Tung massacrou milhares de tibetanos e isso não foi considerado terrorismo.
Os EUA invadem vários países soberanos, matam, mutilam, estupram e isso do mesmo modo até a presente data também não foi considerado terrorismo.
Então me questiono: por que então que alguns árabes e chechenos são considerados terroristas?
Por que, se simplesmente lutam para combater o poder que foi estabelecido por meio da força de outros países em suas pátrias mães?
Na luta de um mundo dividido entre o bem e o mal como estabeleceu o ex.presidente Jorge W. Bush resta saber se esse tão falado “bem” é formado por aqueles que invadem, vão à guerra, roubam, pilham, estupram, assassinam civis, inclusive mulheres e crianças inocentes?
Ser do “mal” significa lutar contra a opressão, contra os governos autoritários que foram estabelecidos à força, que não respeitam os direitos humanos?
Se assim for, o povo que fez a revolução no Egito e o que está fazendo a revolução na Líbia e em outros paises da África, sem sombra de dúvidas também pode ser considerado terrorista.
Que conceitos são esses que tomaram conta do mundo, onde os donos do poder se utilizam da guerra para justificar a paz?
Quer dizer que é terrorismo o seqüestro de pessoas inocentes para se conseguir negociar com um governo que invade um território soberano, mas a invasão deste mesmo território não é terrorismo?
Imagina-se que se ser terrorista é lutar contra governos autoritários ou não, contra leis arcaicas que não respeitam o povo, então o MST também pode ser considerado um grupo terrorista?
Os colonos que lutaram contra os grileiros na revolta dos posseiros do sudoeste do Paraná em 1957 são terroristas?
Os estudantes que impediram a venda da COPEL por terem invadido a Assembléia Legislativa usando da força física podem ser considerados terroristas?
E os kamikases japoneses que num ato de desespero sacrificavam suas vidas para defender sua nação, eram terroristas?
O fazendeiro George Washington e os colonos norte americanos que lutaram pela independência dos EUA contra o colonialismo britânico, foram terroristas?
Lutar contra as coisas erradas, a tirania é um direito intrínseco do ser humano.
Dizia Mártin Luter King, que para o mal prosperar, basta que as pessoas de bem se omitam.
Por outro lado quando as pessoas lutam pela justiça, pela independência, pela soberania e pela liberdade acabam sendo taxados de terroristas pelos manipuladores do poder local ou mundial.
Mesmo assim é necessário lutar. Mesmo que a vitoria demore a chegar, às vezes aprendemos com as derrotas a obter sucesso em nossas conquistas, mas se isso não acontecer, nunca devemos desistir, pois o sucesso nem sempre está na vitória. Muitas vezes está em lutar por aquilo que se acredita.
Portanto, para que haja liberdade plena, a luta contra as injustiças sempre deve continuar.
* Roberto Ballico – cidadão paranaense
Quero ressaltar a colaboração desse rapaz Roberto Balico, advogado, homem que foi capaz capaz de enfrentar a polícia num cerco armado de dias para preservar suas terras, numa história que ainda contarei em meu Blog.
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