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segunda-feira, 16 de março de 2009

Texto antigo que espelha uma realidade que não quer mudar.

A IGREJA E. ROBERTO CAMPOS.

Li com muita atenção um artigo de Roberto Campos publicado na Gazeta do Povo e intitulado "O Neo-bobismo dos Jesuítas". Sim, o título e o texto chamam de bobos, de burros aos provinciais jesuítas. Diz mais, diz que a neo-burrice contaminou a CNBB a ponto de que ela se posicione contra o neo-liberalismo e a venda da Companhia Vale do Rio Doce. É pena que não possa transcrever todo o seu artigo aqui.
Em dado momento, no seu texto, Roberto Campos diz: "O problema com o catolicismo brasileiro é que entende de menos o mercado e reverencia de mais o Estado. Seu desamor aos ricos excede seu amor aos pobres. Gosta de distribuir riquezas, mas não se esforça por facilitar a criação de riquezas".
Ousado o homenzinho. Não poderia chamá-lo de burro porque não é. Tampouco posso chamá-lo de mal informado. Talvez possa chamá-lo de cego. E com certeza posso chamá-lo de presunçoso.
Digo isto porque o orgulho cego o faz presumir que somos o que não somos. Penso que, Roberto Campos, possivelmente ao ler a vida e obra de Rui Barbosa acreditou que todo homenzinho feio é necessariamente um gênio. Errou. Ele esta muito loge disso.
Em outra passagem de seu artigo Roberto Campos diz: "O Criador fez da desigualdade parte inescapável da herança humana. O que nos resta é a administração humana das desigualdades". Pura verdade, mas é nesta afirmação que se desmonta, que cai por terra toda a sua argumentação, todo o seu falso e caluniador argumento contra a Igreja, os Jesuítas e a CNBB.
Vejamos, fundamentando meu argumento na desigualdade, eu quero demonstrar o quanto se distancia as opiniões da Igreja e a do senhor Roberto Campos e o alcance e responsabilidade das mesmas.
Quem é Roberto Campos?
Conheci o homenzinho quando trabalhei em Brasília. É uma criaturinha de Deus, de aspecto insignificante, que o Deus todo poderoso permitiu (e sem Ele não existimos e nada podemos) ser, nos seus 79 anos de vida, economista, diplomata, senador, ministro do planejamento, e deputado federal. Escreveu "Lanterna na Popa". Um belo currículo, não tenho dúvidas.
Mas Deus, ou seu rígido orgulho, não lhe permitem enxergar um palmo diante do próprio nariz. Problema bem agravado por "pendurar a lanterna na popa" em vez de pendurá-la na proa para poder enxergar um pouco, o seu próprio caminho, na escuridão de sua vida. Desculpem o trocadilho. É que, em tom presunçoso e arrogante como o meu neste momento, o que quase me justifica, ele dá de dedo na Igreja como se fora ele o "onisciente das questões econômicas".
É certo que o deputado Roberto Campos tem o que ensinar em termos de economia, não nego, mas falta-lhe humildade.
Vocês devem lembrar aquela passagem, onde o grande Santo Agostinho, perambulando por uma praia, pensava em resolver os mistérios da Santíssima Trindade quando encontrou um garotinho tentando colocar com um baldinho toda a água do mar em um buraquinho na areia. Compreendeu num instante toda a presunção do garoto e a sua própria, pois ele queria por, em sua própria cabeça, minúscula no contexto da criação, toda a mente do criador nos mistérios da Santíssima Trindade. Igualmente, Roberto Campos quer colocar na ponta de seu "dedo duro" luzes para a Igreja seguir em questão de economia. Seria isso possível? Não precisa ele de uma lição de humildade?
No Plano das desigualdades, defendida por Roberto Campos, podemos perguntar: Quem é a Igreja tão acusada pelo homenzinho?
A Igreja, segundo o IBOPE, em pesquisa feita entre quatro e oito de dezembro de 1996 é a instituição brasileira de maior confiabilidade para a opinião pública de todo o Brasil. Chegam a 72% o índice de confiabilidade e sua rejeição está em torno de apenas 5%.
Mas a Igreja, também é o Corpo Místico de Cristo. Como instituição nunca se declarou infalível em questões econômicas, mas sendo infalível em fé e moral, ou seja, no que devemos crer e no como devemos agir e por estes meios, determina uma "lógica" das relações humanas e por conseqüência das relações econômicas, uma lógica de justiça. Além disto, ela, a Igreja conviveu com todos os sistemas políticos e econômicos em todos os países, nos cinco continentes, nestes últimos dois mil anos. E sobreviveu. Não me parece pouco. No seu sistema de pulverização, paróquias, dioceses, arquidioceses, eparquias (casos das igrejas orientais) em comunhão com o papa, está, a Igreja no Brasil, como no resto do mundo, presente em cada vilarejo, em cada bairro de grande cidade, de Nem York a Pequim. Do Alaska ao Polo Sul. Não me parece pouco. Não precisa de pesquisas de opinião. Ela reage com sensibilidade fina às relações humanas do trabalho e da produção. Acompanham no Brasil fenômenos que já acompanhou de perto, e analisou conseqüências, em outros países. Tira disto suas conclusões, políticas, sociais, econômicas. Toma posição.
Vamos comparar.
Roberto Campos estudou economia, leu alguns livros, tem algum patrimônio, gestiona alguns empregados, manipula algum capital. A Igreja estuda e educa as relações humanas há 2000 anos, tem um patrimônio universalmente distribuído, escreveu milhões de livros sobre todos os assuntos, fala centena, talvez milhares de línguas, preserva a história, a mística, a apologética, a práxis pastoral. Preservou e acumulou todos os tesouros da cultura clássica. A começar pelo Estado do Vaticano, possui um imenso patrimônio ativo, igrejas, escolas de todos os níveis, universidades, hospitais, orfanatos, asilos, conventos, mosteiros, seminários, imprensa, livrarias, jornais, rádios, TVs. Não tem apenas alguns funcionários. Gestiona centenas de milhares de clérigos e freiras espalhados pelos cinco continentes. Creio assim que ela tenha o que dizer em termos de organização social, política, empresarial, administrativa, gerencial e econômica. Você discorda?
Roberto Campos, por sua vez, pretendeu fazer escola na sua geração e no seu pequeno e limitado mundo. Compare. A Igreja fez escola, influenciou a ordem moral e econômica do mundo todo. A Igreja é como o ar que respiramos, não ligou para ele, é tão obvio, tão presente que não o vemos, mas basta-nos ficar sem respirar uns poucos segundos e a evidência de sua importância se manifesta radicalmente. A sociedade parece não compreender o que seria a sociedade sem o concurso da Igreja. A sociedade não sabe que falta ela fará.
Roberto Campos indica presunçosamente o livro dos professores Gwarteney, Lauson e Block aos provinciais jesuítas e diz ser um bom começo. Eu, indico ao homenzinho as Encíclicas, Imortale Dei (sobre o Estado Cristão), Diuturnum Illud ( sobre a origem do poder civil), Quod Apostolici Muneris ( sobre o Socialismo), Rerum Noverum ( sobre os principais erros da época), Laborem Exercens (sobre o trabalho humano), Divini Illius e Gravissimum Educationais ( sobre a educação cristã), Populorum Progresso ( sobre o desenvolvimento das nações) e Veritatis Splendor (sobre a atualidade da doutrina e da moral cristã), julgo também, com humildade que seja um bom começo.
O Evangelho ao referir-se a Jesus Cristo diz: "A pedra rejeitada pelos "pedreiros" tornou-se a pedra angular (fundamental)". A Igreja, do mesmo modo, enquanto corpo místico de Cristo, no Brasil e em qualquer lugar, é merecedora destas mesmas palavras... e fique claro que sem o concurso da Igreja, pedra rejeitada pelos "pedreiros" deste tempo, as reformas (no Brasil) não terão pedra fundamental, e sem ela, não conseguirão se suportar. Haverá em breve um insurgir-se das gentes.
A Civilização como a conhecemos, naquilo que tem de bom, é fruto da Igreja e de sua moral. Ela começou e estruturou a educação como a conhecemos, ela criou as universidades. Ela é mãe das riquezas.
No dizer do economista inglês E. F. Schumacher a "Economia" não tem razão sem o homem, para ele e em função dele ela existe. Para a Igreja, onde o homem é o centro de tudo, e que, ao contrario do que diz Roberto Campos, não odeia o rico, (ver o Evangelho e outros documentos oficiais) fez, com liberdade, na América Latina, uma opção preferencial pelos pobres, justamente porque, os "ricos", esquecem-se do mandamento de amor ao próximo. Pior, muito pior, o capital, o grande capital internacional, que tem donos conhecidos, mas não tem e não quer limites, não tem escrúpulos e não quer fronteiras físicas ou morais... , que é meio de troca e ao mesmo tempo mercadoria, não quer, não pensa, não deseja, dos pobres, mais do que as suas servidões.
Termino citando e lembrando, Madre Teresa de Calcutá; optar sim, entre os pobres escolher os mais pobres... Para ela, até os descerebrados, crianças sem futuro ou promessas de inserção na atividade econômica, merecem amor,... Até mesmo os homenzinhos feios merecem amor... Mas para o capitalismo dos mercados abertos, para o capitalismo que transforma tudo em mercadoria, e põe preço em tudo, até na nossa dignidade, na honestidade, na fidelidade, na fé, na coragem que transforma em mercenária, enfim, em todas as nossas virtudes e até mesmo em nossos órgãos internos, o numero de nossos filhos, para com isto, conseguirem a exploração dos poucos ricos sobre os milhões de pobres subservientes,... Então os descerebrados, por exemplo, servem quando muito, para fornecer órgãos para algum "rico" que possa pagar... um fígado para Simonsen,... Um par de olhos para Roberto Campos. Para FHC, diante de sua "particular" necessidade, estas crianças descerebradas nada têm a oferecer. Talvez a carência do amor.
Fica aqui o meu elogio ao posicionamento da Igreja, que em todas as Igrejas do Brasil veiculou manifesto contrário a venda da Vale do Rio Doce, contra o neoliberalismo, denunciando os perigos do MERCOSUL.

Wallace Requião de Mello e Silva
Psicólogo

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