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sexta-feira, 27 de março de 2009

Texto bem antigo, algumas coisas se tornaram realidade, outras não.

Ilusões.

“Ilusões” é o título de um interessante livro de Richard Bach. Ilusão é mais precisamente o engano dos sentidos ou da mente que faz tomar uma coisa por outra. Ilusionistas são os prestidigitadores, os mágicos, que iludem desviando a atenção. Ilusionistas também são os redatores da grande mídia que, com dedos ágeis e mentes férteis deformam a verdade.
Se o amigo se der ao trabalho de investigar um pouco da história da indústria automobilística, descobrirá que esteve desde muito iludido. Os acordos do grande capital no setor fazem com que tenhamos a ilusão que no setor automobilístico existem “fabricas”, marcas, produtos isolados... doutrinas industriais e bandeiras diferenciadas. Não, nada disto existe. São ilusões, produtos apenas, que parecem concorrer uns contra outros, disputando mercados segmentados. Falso ilusionismo.
Tudo leva a crer para quem der uma olhadela na história recente da indústria automobilística, de que se não esta ali a origem da globalização (o neocolonialismo do capital internacional) pelo menos ali estará a sua pratica mais característica. Um macro capital, um mercado mundial com modelos mundiais, uma carência de matéria prima economicamente viável e é claro garantida (nas nações ricas) estrategicamente. Mão de obra direta fica cada vez mais por conta da automação. Emprego nunca foi à preocupação das indústrias automobilísticas. Você não acredita? Veja então o que aconteceu em Detroit.
Nós, habitantes de terceiro mundo, não entendemos bem este fenômeno de interligação das indústrias automobilistas no planeta. Não sabemos ler a linguagem do macro capital. Para nós tudo parece tão distante e isolado, a Renault, a Volvo, a Audi, a Craysler nos dão a ilusão de que pertencem a países diferentes, fazem negócios diferentes, obedecem a regras diferentes e não se suporta no mesmo sistema econômico. Para nós, uma indústria do ramo que queira se instalar no Brasil concorre com outras, falso. Sem me estender basta lembrar, para que o amigo me entenda, que os irmãos Dodge, no passado, foram acionistas da Ford, que a Willys Overland do Brasil, braço da Ford, já produziu no Brasil os automóveis Renault ( Renault Dauphine, Gordini, Alpine e o Renault 1093 desde o ano de 1959). Que a Ford Francesa (SAF) foi absorvida pela Sinca francesa, e que a Chraysler que no Brasil a partir de 1971 passou a se chamar Chraysler Corporation do Brasil (braço da GM, a mesma que produz o Monza, o Omega e Opala) absorveu a Sinca no Brasil, e aqui produziu o Dodge Dart, o Polara argentino, caminhões, os Sinca Esplanada, GTX, Jangada etc. A Chrysler internacional absorve a Sinca Internacional sob a gerência Eugene Caffiero, (o manda chuva para assuntos da América Latina) e entra de sola no Brasil para abandoná-lo alguns anos depois com mais uma absorção mágica , ou ilusória. O Governo federal, em planos e projetos ( GEIA E GEIMOT) que o amigo leitor já esqueceu fez, para estas mesmas industrias investimentos públicos milionários. A Chrysler recebia em 1971 como fomento a indústria de caminhões 50,8 milhões de dólares para poucos anos depois “retirar-se” do país. A VW 60 Milhões em 1953. Na França a Renault, Peugeot e Volvo já estiveram associadas para produzir o “30 TS”. No Brasil a FNM é absorvida pela Alfa Romeo, que é absorvida pela Fiat. A Vemag que produzia o DKW, pela VW, enquanto surgia o Audi com parte da fusão conhecida como Auto Unem (união da Audi com DKW) na Alemanha. A Audi, fundada em 1909 por August Horch como conseqüência de uma batalha jurídica contra a Bens, que ficou conhecida como a “vingança”, em 1939 associa-se com a DKW e com a Tracta. Em 1969 nova fusão com a NSU e VW, e passa assim para o controle da VW alemã. Hoje a Audi é um braço da VW. Toyota parcialmente pela Mercedes. A Magirus da Bahia, a Internacional Caminhões que também se instalaram no Brasil com mordomias etc. e tal, já foram para o espaço, ao menos aqui no Brasil. A Ford absorve também no Brasil a Willys e fabrica o Corcel com motor Renault. Hoje temos motores Ford Renault nos VWs e motores VW em carros da Ford, é a Autolatina. Tudo farinha do mesmo saco.
Você, amigo, nunca se perguntou por que a poderosa Chrysler e a Renault fecharam no Brasil? Talvez porque os tempos eram difíceis. A Argentina era mais interessante? Ou quem sabe o petróleo ia acabar em 10 anos, você lembra? E porque voltam agora com tantos empréstimos, isenções e incentivos e infra-estrutura logo depois das medidas provisórias de FHC? Subsolo? Novo conceito de empresa nacional? Alíquotas baixas para importação de autopeças? Produção de blocos para veículos mundiais? Montadoras de veículos mundiais com mão de obra de custo mínimo? Desculpa, talvez para servir de “veículo” a empréstimos internacionais assumidos pelos governos de terceiro mundo? Empréstimos, de si para si, com “governos” assumindo os custos operacionais e riscos?
Amigo, em 1964, com o parque industrial de Sandouville na França a Renault era a maior empresa da Europa. E é para este gigante estatal que estaremos emprestando milhões de dólares. Ela já havia sido estatizada pelo general De Gaulle em 1945, dizem , porque Louis Renault havia colaborado com os nazistas, talvez por isto ela sirva hoje ao interesse da globalização, justo porque o capital esta acumulado em mão opostas, falo de judeus nos comandos de instituições financeiras. E nós, miseráveis, sem recursos para pagar os mais comezinhos serviços públicos precisamos ser e servir de garantias para estes “grupelhos industriais” insaciáveis. E por quê? Ficaríamos com parcelas dos empréstimos feitos em nome do “desenvolvimento”? Dinheiro de caixa dois para “estados” falidos? Ou apenas a possibilidade de obter uma rede de concessionárias e serviços? A algo bem maior, pesquise.
Por detrás das negociatas da Indústria automobilística, sempre o mesmo grupo, articulando internacionalmente, cuidando dos interesses nacionais, criando empregos, (vide Detroit) e... Puxando o carro sempre que lhes interessam a circunstância de mercado ou produção, e agora, já sem se importar pelo custo social assumido pelos governos dos povos pobres para garantir sem riscos as suas empreitadas inescrupulosas se retiram... TCHAU. Vide África. Vide Venezuela. Vide Índia. Vide México. Vide Argentina. Ilusões. Ilusões. Nada mais que ilusões.


Wallace Requião de Mello e Silva

wallacereq@gmail.com



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