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segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Dr. Thadeu.

Os parentes políticos do governador (III).
Dr. Thadeu.

Wallace Thadeu de Mello e Silva (1908/1980).
Talvez esse seja o político, parente do governador, que maior dificuldade me crie para descrevê-lo. Trata-se de meu pai. Nunca é fácil escrever sobre o próprio pai, existem sempre forte emoção e medo de ser injusto, omisso, ou desatento aos detalhes significativos de sua vida.
Medico aos vinte e seis anos; formado em Belo Horizonte, labutou ao lombo do cavalo, uma medicina heróica, característica dos anos 1934 e seguintes, cavalgando com um “mini consultório” que levava ao lombo do burro, seguido de um único ajudante e guarda costas, ambos, a cavalo, acompanhados por um grande cachorro Terra Nova chamado Barigüi, atendia assim nos caminhos (não havia estradas como hoje, e carros eram raros) e vilarejos das serras do interior de Minas Gerais e Espírito Santo. Curitibano, nascido em 1908, filho de Tn. Cel. Wallace de Mello e Silva, militar, político e ferroviário, e Joana Thadeu de Mello e Silva, criou-se na rua Dr. Pedrosa, número 12, casarão que já não existe, na esquina com a Praça do Mercado Municipal, hoje Praça Rui Barbosa. Tudo indica começou seu curso de medicina em Curitiba, pois a Dra Ione Busse, da turma de 1930, entregou-me uma lista de seus colegas, e ali consta o nome de meu pai. Seu CRM é, no Paraná, o de numero 610. Exerceu o jornalismo ate 1938 sendo fundador do Jornal “Tribuna de Vitória”. Portava a carteira de jornalista-redator de número 100, da Associação Espírito Santense de Imprensa. Exerceu a medicina em Ipanema MG (antiga Jose Pedro); Colatina ES; Vitória ES; Jundiaí SP; São Paulo SP; Antonina PR; Joinvile SC, só voltando, definitivamente para Curitiba, em 1941, devido ao desejo do casal que pretendia a naturalidade do filho primogênito na sua querida e cara cidade natal. Aqui casou com Lucy Requião, em 1940, voltando para São Paulo capital onde exercia com seus dois irmãos mais velhos a medicina cheia de “eletrônicos” dos anos 40, em consultório bastante prestigiado, situado na conhecida e também prestigiada Av. São João. Um de seus irmãos, recém chegado da França, com estagio na Áustria, e formação médica em Berna na Suíça, depois de ter passado pouco mais de 15 anos na Europa, iniciava com glamour a pratica da psicanálise na capital paulista. Seu outro irmão, mais velho, exercia a cirurgia, enquanto ele, à época, dedicava-se às doenças pulmonares e vasculares. Nesse período, de estreito convívio, pois dividiam, os três, o mesmo apartamento, nasce em germe o interesse pela Psicologia, seus métodos e suas praticas. Meu pai, psicólogo por força de lei, exerceu o cargo de Psicólogo do Tribunal de Justiça, foi diretor de serviço de Criminologia do DEPE, Diretor do Serviço Vocacional do Colégio Estadual do Paraná, foi diretor do IMPOPE, instituto privado responsável pelo serviço de Recursos Humanos da Telepar, foi contratado da Federação Paranaense de Futebol, exercendo a seleção de juizes de futebol, foi professor na UFPR no Hospital de Clinicas, e da Faculdade de Economia, médico de Saúde Publica e do Sandu, foi também “Medico Psicotécnico” do quadro de funcionários da Secretaria de Segurança Publica, clinico geral do IBC (Instituto Brasileiro do Café) e de outras instituições, como a Rede Ferroviária Federal, onde foi inspetor sanitário das “Minas de Carvão do Paraná e Santa Catarina”. Vereador em Curitiba; e prefeito municipal também em Curitiba em 1951. Seu pensamento sobre a Curitiba dos anos 50 é claramente exposto em um livreto de 23 paginas, datado de setembro de 1954 sua segunda campanha.
É autor e co autor de dois pequenos livros. técnicos. Um deles é citado por Leone Bourdel, na França, e referencia bibliográfica sobre tipologia sangüínea e comportamento.
Dos seus filhos, cinco ao todo, sobressaiu gloriosamente na política, o seu primogênito, Roberto Requião de Mello e Silva, três vezes Governador do Paraná, uma vez Senador da Republica, uma vez Prefeito Municipal da Capital, uma vez Deputado Estadual, e uma vez Secretario de Estado do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, que em tempos mais remotos exerceu o Direito e o Jornalismo, assim como possuiu empresa comercial em Foz, Curitiba e São Paulo. Outro filho, psicanalista, professor e diretor do CPS (Centro de Psicologia Social no Rio de Janeiro), foi Secretário de Estado do Governo do Paraná, e é o Superintendente dos Portos de Paranaguá e Antonina em segundo exercício, hoje Secretário de Transportes. O filho mais novo, professor da UFPR, da Universidade Federal de Uberlândia em MG, e das Integradas de São Paulo, foi Deputado Federal, Secretario Municipal das Administrações Regionais; Presidente da Fundepar; e Secretario de Educação do Paraná em dois exercícios e hoje é Conselheiro do Tribunal de Contas do Paraná. Sua única filha, viúva, é jornalista, é presidente do Provopar em segundo exercício. E Wallace, psicólogo, esse que vos escreve. Considerado o Mandamento de Deus, “Honraras Pai e Mãe”, pode-se dizer, que nossos pais fizeram um bom trabalho, honrando os seus, e, nós, seus filhos, por outro lado e em conseqüência, vamos cumprindo sofrivelmente, no tempo que nos resta, e no exercício da cidadania, o tal mandamento divino.
Comprovando mais uma vez que filhos de peixes, peixinhos são.

Wallace Requião de Mello e Silva.
Psicólogo.

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