O Soja paraguaio.
Digo o soja porque falo do grão, não da planta inteira. Ouvi na CBN, noticia oriunda de um Blog de Foz do Iguaçu chamado Sopa Brasiguaia, que o soja paraguaio exportado por Paranaguá, havia caído de 98,72% para ínfimos 1,28%. Os comentaristas procuravam induzir a opinião publica que haveria algum problema com o porto de Paranaguá. Um fracasso da exportação, num porto que , a cada ano que passa, bate novos recordes de exportação.
Engraçado, parece que poucos jornalistas sabem que a cidade de Assunção tem porto de boa profundidade recebendo navios de bom calado. Sempre houve a possibilidade de exportação do soja paraguaio pelo porto fluvial de Assunção. Quando havia, no porto de Paranaguá, instalada uma tamanha confusão, com pesagens duplas, caminhões que passavam duas vezes pela balança, desvio de grãos, sujeira para aumentar o peso, origem de produtos não identificada, notas fiscais, que eram usadas mais de uma vez, e muita soja brasileira entrava no porto como sendo paraguaias para burlar o fisco. Mais do que isso, não podemos deixar de dizer, que o soja oriundo do Paraguai não acresce em nada a balança comercial brasileira, pois é uma exportação do Paraguai, não do Brasil. O soja do Paraguai é bem vindo, sempre que recebido dentro das normas.
Posto assim, começamos a entender os verdadeiros motivos do decréscimo das exportações do soja paraguaio pelo porto de Paranaguá. Primeiro a classificação dos trangênicos. Depois a certificação de origem, segue-se a comercialização antecipada, com a conseqüente reserva de navios, e, por fim, o maior motivo, o abusivo pedágio.
Ora, foi a própria CBN que divulgaria que a exportação por Paranaguá custa hoje 50 dólares a tonelada, e pelo rio Paraguai, apenas 18 dólares. Como as taxas portuárias não foram alteradas, esse custo deve-se exclusivamente ao pedágio. Mais do que isso, apesar do preço, o soja exportado pelo rio, não tem o controle de qualidade que tem o Porto de Paranaguá. Além do que, essa soja que desce o rio, será transladada em Buenos Aires, pagando as taxas portuárias do porto Argentino, ou Uruguaio. Nada disso se diz.
Todavia deve-se também, observar o fato que as mesmas companhias que comercializam nas Bolsas de Valores, continuam a comercializar seus produtos sem prejuízo, sejam os grãos que saem por Paranaguá, como os que agora saem pelo Rio da Prata, pois são, no caso paraguaio, o mesmo grão de soja, comprado pelas empresas argentinas, monopolistas do setor, mesmo dentro do Brasil. Vocês devem saber os motivos, dos últimos. Tenho que concordar com o Requião, pois essa notícia foi manipulada maliciosamente como muito bem sabem seus autores. Não é precioso dizer a um homem que ele esta errado, pois ele sabe o porquê de sua atitude. Cabe a eu alertar aos desavizados, pois esses sim podem ser induzidos a erro de julgamento por noticias maliciosas.
Nada tenho contra os jornalistas, mesmo porque, meu irmão, governador do Paraná é jornalista, um jornalista eleito, três vezes, para governar o Paraná.
Wallace Requião de Mello e Silva.
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
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